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mai 14, 2024

São José: Modelo de Consagração

SAN JOSE 16

Deus confiou a São José um ofício, escolheu-o para si e o consagrou, pedindo-lhe que adentrasse num plano essencial e exigente. Ele respondeu "sim", dedicando sua vida a essa missão! Esse é o cerne da consagração: corresponder a um chamado e viver diariamente de acordo com essa resposta, pois a vida não nos pertence mais; ela é inteiramente dedicada e consagrada à realização dos planos divinos.

As características da alma de São José são um exemplo de vida consagrada:

a. Uma vida de escuta: a Palavra de Deus guia seus passos e mostra-lhe o caminho. Isso é também uma marca da pessoa consagrada: ter uma vida interior profunda, nutrida pela escuta da Palavra e da Graça.

b. Uma vida de silêncio: São José não fala no Evangelho, e seu silêncio comunica muito à vida consagrada: as palavras verdadeiras e significativas brotam do silêncio, da reflexão, de uma contemplação das pessoas e das coisas. Além disso, nos ensina que as palavras têm valor e sacralidade, não devendo ser banalizadas ou usadas superficialmente, mas devem ser como poesia, interpretando a Palavra com humildade.

c. Uma vida de trabalho: ele era artesão, um carpinteiro. Nele aprendemos o dom e a paixão pelo trabalho diário, o compromisso de criar peças únicas e não produtos em série. Nele descobrimos a felicidade e o prazer do trabalho cotidiano, que é uma expressão autêntica da pobreza: os pobres trabalham para alimentar a alma.

d. Uma vida dedicada à missão: José respondeu ao chamado divino, consagrou-se e dedicou-se totalmente ao ofício confiado a ele. O ofício é sua identidade; como diz a Exortação Evangelii Gaudium do Papa Francisco, "não é um hábito". Essa consciência renova diariamente a paixão, a felicidade e a dedicação.

e. Uma vida em comunidade: José viveu seu ofício em comunidade, na Família de Nazaré. A tradição e as características dessa família são valiosas para nós: Nazaré é um ícone de vida comunitária e fraterna. Aprendemos com ele a viver em comunidade, a compartilhar e a ser parte dela, nutrindo um espírito comunitário.

Assim, entramos na Casa de Nazaré para compreender algo da vida humilde e simples da Sagrada Família: vida familiar e comunitária, trabalho árduo, silêncio, interioridade, obediência... uma "espiritualidade do cotidiano".

Assinatura Ricardo LIma

Diácono Ricardo Lima

Religioso Josefino e estudante de Teologia – Londrina (PR)